quarta-feira, 30 de maio de 2018

Quebrando a Banca 2 ( Como estou ganhando dinheiro com o mercado em queda )









APÓS O BOOM , O CRASH . PREVISÍVEL COMO A LUA
(Transcrito de BALANÇO FINANCEIRO, dezembro de 1987)

   Quando nosso mercado acionário desmoronou em junho de 1971, um especulador que não sabia operar com a Bolsa em baixa disse-me que iria cair fora dos pregões e que só voltaria quinze anos depois. 
    Ele tinha desenvolvido uma teoria de ciclos da Bolsa e pelos seus cálculos o mercado somente voltaria a melhorar em 1986. Porque então ficar correndo riscos, se o seu dinheiro poderia ficar bem abrigado em títulos de renda fixa? 
    Segundo a teoria, os booms começam quando malucos irresponsáveis, que nunca passaram sequer pelo calçadão da Bolsa de Valores, e que em determinado momento possuem mais dinheiro do que merecem e do que têm capacidade de administrar, desembestam ao mesmo tempo no mercado acionário, atraídos por boatos de que lá muita gente está fazendo ou aumentando fortunas. 
    Boom é prenúncio de crash . A massa de dinheiro irresponsável que entra no mercado é tão grande que as cotações sobem a níveis incontroláveis e atingem patamares que os profissionais logo reconhecem como sendo irreais. 
   Para os verdadeiros profissionais, é tempo de colheita. Eles embolsam os seus lucros e se retiram para uma distância prudente, deixando o campo aberto para a turba predatória. E a Bolsa vira pandemônio. 
  Estabelecido o caos, a autoridade intervém e a algazarra termina, com grande frustração dos participantes. Eles então caem na realidade, recolhem o que podem salvar e vão para casa envergonhados. 
   O normal é ficarem tão traumatizados que durante muito tempo não quererão nem ouvir falar de Bolsa nem de qualquer outra modalidade de jogatina.
   Mas a vida passa, e eis que um dia, quinze anos depois, muitas dessas pessoas estão com as vidas e as fortunas refeitas.
   Quinze anos também é tempo suficiente para surgir nova geração de indivíduos mais refinados e mais capacitados para ganhar dinheiro do que os da geração anterior. E mais ousados e ambiciosos. 
   A massa de dinheiro que esse pessoal acumulou está pronta para desembocar na Bolsa de uma só vez, e causar mais um boom , que naturalmente traz o germe de novo crash . Tão previsível como as fases da lua. 
    Embora a teoria tivesse lógica, a marcação da data parecia pura adivinhação, por isso não levei o assunto a sério. Mas, por coincidência ou por qualquer outro motivo, a teoria funcionou com a exatidão prevista. 
    Quinze anos depois da previsão – em junho de 1986 –, quando a Bolsa despencou após dois meses de altas estapafúrdias provocadas pelo Plano Cruzado, aquele mesmo especulador telefonou-me para dizer:

– Eu não falei?
   Ele estava tão eufórico quanto o cientista que vê sua teoria comprovada pelos fatos. Atuando ativamente no mercado de opções, arriscou toda a sua fortuna e multiplicou-a por dez.

   Ele saiu do mercado bem antes de quebra. Nunca vi ninguém com tanta confiança no taco.




DIA DE LEÃO E DIA DE CERVO
(Transcrito de BALANÇO FINANCEIRO, agosto de 1989)
Recente trabalho publicado pela Bolsa de Valores de Nova York revelou que 72% dos Especuladores pessoas físicas perdem dinheiro em Wall Street. Essa notícia faz-me lembrar de pesquisa que realizei há alguns anos, em busca de dados para a GAZETA MERCANTIL . Ao consultar os fichários da corretora de um amigo meu, notei que 70% dos clientes operavam às cegas, como quem atira no escuro. Ao longo do tempo, perdiam feio. Eu já tinha visto algo semelhante no livro THE STOCK EXCHANGE – A SHORT STUDY OF INVESTMENT AND SPECULATION, edição de 1948, da Oxford University Press (London, New York, Toronto), de autoria de Francis W. Hirst. Especuladores aparecem ali como indivíduos desequilibrados, que, por terem monstruosos números fictícios girando na cabeça, acabam perdendo todo contato com a realidade e toda noção do valor do dinheiro na vida prática. A obra menciona pesquisa feita nas contas de 4 mil Especuladores, movimentadas no período de dez anos, e deduz que a especulação com ações tem quatro aspectos.
• É jogatina pura.
• O sucesso leva ao excesso e depois ao desastre.
• A tendência geral é comprar a preços altos e vender a preços baixos.
• Cerca de 80% das contas terminam em prejuízos.

Minha própria experiência ensina que nas operações especulativas ninguém sai incólume, pequenos ou grandes. Especificamente, os grandes Especuladores podem não perder com muita frequência, mas a eles se aplica aquela doutrina de que “quanto maior, maior o tombo”. Eu acreditava que os grandes Especuladores fossem ganhadores perpétuos até o dia em que, há cinco anos, entrevistei Ricardo Thompson, dono da Corretora Progresso – a mesma que em junho deste ano foi à falência por excesso de especulação com número reduzido de clientes. O principal cliente era Naji Nahas, o mega especulador que agora deu um mega estouro na praça. Naquele dia, a jornada tinha sido ruim. As operações de day-trade deram com os burros n’água. Thompson fez um trocadilho engraçado com as palavras day e gay , mencionando o leão que teve o seu dia de cervo, e depois mostrou-me as cifras dos prejuízos que seriam rateados entre os perdedores. Eram cifras altas, de deixar em pé os cabelos dos homens comuns como eu. Eles, os super endinheirados, não se importavam e até faziam piadas.




QUEM FAZ A TENDÊNCIA DOS PREÇOS?
(Transcrito de BALANÇO FINANCEIRO, março de 1985)
  Para o leigo um gráfico não passa de um agrupamento de linhas que sobem ou descem,aparentemente sem nenhuma lógica. Mas um especialista em Análise Técnica, como se estivesse munido de óculos especiais, examinará o desenho e distinguirá figuras como leques, flâmulas, bandeiras, triângulos, cabeças, ombros e, ocasionalmente, poderá ver até mesmo um diamante multifacetado.Nenhum técnico olharia para certas formações sem se alvoroçar, pois estaria detectando baixa vertical iminente nas cotações.De umas linhas que não despertariam nos mortais comuns o menor interesse, o técnico extrairá esta conclusão alarmante: – A reta suporte de longo prazo não foi superada, e abaixo da reta do pescoço teremos uma queda que fará o preço parar na
mesma distância que vai da linha do pescoço ao topo da cabeça.

O mesmo analista irá então telefonar para seus clientes, e, se todos acreditarem nele, os preços realmente cairão de forma vertical.Pode imaginar que, se um exército de analistas agir de acordo com a teoria, os preços comportar-se-ão exatamente como foi estabelecido. Não se deve, portanto, menosprezar o poderio de uma horda de analistas que tenham aprendido pela mesma cartilha.

Os defensores da análise gráfica garantem que esse receio não tem fundamento, porque os analistas não têm a capacidade de criar as tendências, mas de detectá-las. Essa é prerrogativa da massa de Investidores, ou seja, a multidão irracional, explicam. De fato, a psicologia ensina que a multidão age como se fosse uma só pessoa, nivelando-se por baixo.

Seguindo esse princípio, dizem os grafistas que, uma vez que é a multidão que faz os preços, será perda de tempo procurar saber por que um papel se comportou de tal ou qual modo, ou por que atingiu determinada cotação. Segundo eles, tudo o que existe a respeito de uma ação já está refletido no preço de negociação, que é a média das opiniões de todos os participantes no Mercado.

Ao Investidor que entra no jogo não compete questionar se um papel está caro ou barato. A decisão quanto ao preço já foi tomada pelo Mercado; nada pode modificá-la, a não ser que o Mercado decida o contrário.Se o Mercado, isto é, se a média de todos os participantes não achar que o papel está barato, então o papel não sairá do lugar,por maior que seja seu valor intrínseco, por melhores que sejam as perspectivas da empresa e por maior que seja sua rentabilidade.

Diz ainda a tese que o comportamento dos preços no mercado acionário é um reflexo do comportamento das pessoas. E as pessoas, como qualquer ser vivente da mesma espécie na natureza, comportam-se de acordo com padrões que quase não variam de indivíduo para indivíduo, a não ser por exceção. A função dos gráficos, pois, é captar esses padrões.

O registro das cotações numa folha de papel, para determinar tendências, só existe oficialmente há algumas décadas, mas a noção de que o passado influencia o presente sempre existiu nas mentes das pessoas. Aquele comerciante romano que especulava com trigo tinha gravado na memória o fato de que em determinada época do ano era melhor reter a mercadoria para vendê-la mais caro quando houvesse escassez.

O mercado também sabia que os preços variavam de acordo com determinados padrões, de modo que ele sempre sabia definir com razoável grau de precisão as próximas perspectivas do mercado.

Sem ter nenhuma noção teórica de matemática, o comerciante romano praticava empiricamente as leis da Estatística, a Lei das Probabilidades e a Psicologia da Multidão. Tudo isso fervilhava na sua cabeça, sem jamais ter sido registrado no papel. Eram gráficos mentais.

Agora, 2 mil anos depois, há ainda quem faça gráficos mentais, de forma também inconsciente. Aquele pequeno Especulador que usa o “filtro de 10%” certamente sorrirá com desdém se lhe dissermos que ele fez um gráfico mental.

A teoria do filtro é a seguinte: – Se uma ação sobe 10% depois de uma parada, compre-a e espere até que ela suba mais; se depois de uma grande esticada cair 10%, venda-a e comece tudo de novo. Certamente há um gráfico mental envolvido nessa estratégia. O esquema de interpretação dos gráficos modernos baseia-se no rompimento de linhas de tendência de alta ou de baixa. Esse rompimento é anunciado com antecedência por certas formações peculiares que um olho experimentado reconhece de imediato. São, todavia, apenas sinais, que não devem ser tomados como previsão infalível. Milhares de observações comprovaram que, quando ocorrem esses sinais, na maior parte das vezes, estatisticamente, há uma alteração nos preços para baixo ou para cima. Ou seja, com determinados padrões – na maioria das vezes.


                                                                  Jogada de mestre

                                              
               
                                                                      


      
                                                            
                                                                                                                                                                                                                                      
Conclusão: Ao analisar que as ações estavam descoladas da taxa mínima de atratividade vendi boa parte das ações de consumo , bancos  e afins. Após passar alguns meses fazendo uma extensiva analise do ambiente macro, juros futuros, cambio e balanços constatei que existia uma maior probabilidade deste ativos virem serem penalizados pelo mercado, principalmente por  seus lucros presumidos estarem excessivamente  precificados por modelos de fluxo de caixa descontado. Adiante constatei que o cambio estava muito descolado dos fundamentos macros. Então resolvi montar uma posição para me beneficiar  deste descolamento de preços reforçando posição em empresas de commodities precificadas em dolár. Na outra ponta comprei fundo imobiliários em promoção visando conter volatilidade da carteira. OBS: Minha carteira  chegou a ser quase 70% ações hoje cenário inverteu bastante , estou com 60% FII e 40% ações


A minha jogada foi apostar em  empresas dolarizadas e vender o que estava ao meu ver excessivamente  precificado na época; neste meio tempo fui substituindo ativos de maior risco por ativos de menor risco que apresentassem uma maior margem de segurança dentro de meus modelos operacionais, ( Não custa lembrar que  vendi estes ativos unicamente não só por estarem excessivamente precificados , mas  por constatar que alguns balanços estavam ao meu ver maquiados para inflar  lucros artificialmente. ( Fundamentos).


Para quem me acompanha já faz algum tempo percebeu minha insatisfações com os preços praticados no Brasil. Atribui unicamente  este descolamento a excessiva liquidez global . Quando este cenário foste para ponta contrária   mercados  emergentes sofreriam pesadas baixas.


Apostei também contra o governo: Não via sentindo no cenário fiscal tupiniquim aonde 80% dos ajuste já havia sido sabotado antes mesmo de ir para votação.  Nesta época constatei que havia algo de podre no mercado, e que este risco eminente não estava nos preços, então fui gradativamente vendendo posições mais arriscadas  jogando todo lucro para empresas defensivas dolarizadas.


Ainda quando meu blog estava na ativa  já havia vendido todas empresas cíclicas, sobrando apenas empresas de varejo e setor bancário.

Os fundos imobiliários na minha carteira além de promoverem renda mensal tem o papel de amortizar volatilidade, uma vez que a  volatilidade histórica dos fundos é um terço do mercado acionário.

Resumo de tudo isso acima:

Rentabilidade no mês:
Carteira: 10,58%
IBOVE: -10,87%


terça-feira, 29 de maio de 2018

Quebrando a banca - ( Como estou ganhando dinheiro com o mercado em queda).

             
                                  





                As quatro etapas do populismo econômico by Nicolás Cachanosky.

O populismo econômico — ou a política econômica populista — pode ser caracterizado como sendo um programa de governo que recorre a uma maciça intervenção do estado em vários setores da economia, incentiva o consumismo (ao mesmo tempo em que desestimula os investimentos de longo prazo), e incorre em déficits no orçamento do governo. 


Além de se tratar de um modelo insustentável no longo prazo, o populismo econômico possui vários estágios entre sua adoção e seu inevitável fracasso.  A última década de extremo populismo na Argentina e na Venezuela [Nota do editor: e, em menor grau, no Brasil, como será demonstrado mais abaixo] pode ser descrita como tendo seguido exatamente este padrão.

Após observarem a experiência populista em vários países da América Latina, os economistas Rudiger Dornbusch e Sebastián Edwards identificaram em seu artigo "Macroeconomic Populism" (1990) quatro estágios universais inerentes ao populismo.  Ainda que o populismo possa apresentar uma grande variedade de políticas, certas características parecem estar presentes na maioria dos casos.

O populismo normalmente estimula uma mobilização social em prol do governo, faz uso maciço da propaganda glorificando determinados políticos, utiliza símbolos e práticas de marketing para incitar os sentimentos dos eleitores, e recorre frequentemente a uma retórica que apela à luta de classes.

 O populismo é especialmente voltado para aqueles que têm uma renda baixa, ao passo que, paradoxalmente, as elites que controlam o partido dominante não explicam a fonte da milionária renda do seu líder.  Governantes populistas têm facilidade em utilizar bodes expiatórios e em recorrer a teorias conspiratórias para explicar por que o país está passando por dificuldades, ao mesmo tempo em que se apresentam à população como os salvadores da nação.  Para alguns, o populismo está associado à esquerda e a movimentos socialistas; para outros, à direita e a políticas fascistas.
Os quatro estágios do populismo, identificados por Dornbusch e Edwards, são:

Estágio I
O populista é eleito e faz um diagnóstico sobre tudo o que está ruim na economia.  Ato contínuo, ele implanta políticas voltadas para atacar os sintomas e não para curar a doença. Há aumento dos gastos, há inchaço da máquina pública e há incentivos ao consumismo (mas não ao investimento de longo prazo).  Nos primeiros anos de governo, as políticas aparentemente funcionam.  A política macroeconômica mostra bons resultados, como um PIB crescente, uma redução no desemprego, um aumento real nos salários etc. 
Como a economia está partindo de uma base baixa, há o chamado "hiato do produto", que é a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial.  Isso permite que estímulos econômicos artificiais gerem um crescimento econômico grande no curto prazo e sem pressões inflacionárias.  Adicionalmente, o governo paga pelas importações utilizando as reservas do banco central (artifício esse favorito de Venezuela e Argentina) e impõe regulamentações para controlar alguns preços (uma política de congelamento de preços é aplicada em simultâneo a uma política de subsídios para grandes empresas). 
Tudo isso faz com que a inflação de preços fique relativamente sob controle.

Estágio II
Alguns gargalos começam a aparecer, pois as políticas populistas enfatizaram o consumismo e se esqueceram do investimento (mesmo porque os populistas tendem a demonizar empresários capitalistas). 
Como consequência, o estoque de capital do país está sendo consumido mas não está sendo reposto.  A produtividade cai.
Adicionalmente, as reservas internacionais utilizadas para pagar pela importação de produtos básicos também começam a cair.
Um aumento nos preços de vários bens — até então controlados — se torna imperativo, pois os produtos estavam se tornando escassos.  Esse aumento geral de preços, o que equivale a uma redução no poder de compra da moeda e a um aumento do custo de vida, frequentemente leva a uma desvalorização na taxa de câmbio.  Os preços dos serviços de utilidades públicas (eletricidade, tarifas de ônibus etc.) e da gasolina, controlados pelo governo, também começam a subir, pois o governo necessita de mais receitas. 
Tal cenário leva a uma fuga de capitais, a qual é momentaneamente estancada pela imposição de controle de capitais.  Investidores estrangeiros fogem do país, o que reduz ainda mais os investimentos produtivos.
O governo tenta controlar seu orçamento e seus déficits, mas fracassa.  Dado que o custo dos prometidos subsídios à eletricidade, à gasolina e a algumas grandes empresas (as favoritas do governo) aumenta continuamente apenas para compensar o aumento do custo de vida, os déficits do governo aumentam.  Novos impostos são criados e alíquotas são majoradas.  A economia informal começa a crescer.
Nesse ponto, reformas fiscais se tornam necessárias, mas são evitadas pelo governo populista, pois elas vão contra toda a retórica do governo e toda a sua base de apoio.

Estágio III
Desabastecimentos e vários problemas relacionados à escassez se tornam significativos.  Dado que a taxa nominal de câmbio não foi desvalorizada no mesmo ritmo da inflação de preços, há uma saída contínua de capitais (as reservas internacionais caem ainda mais).  No extremo, a alta inflação de preços empurra a economia para uma desmonetização.  A moeda local é utilizada apenas para transações domésticas.  Os cidadãos passam a poupar em dólares americanos.
A queda na atividade econômica afeta as receitas tributárias do governo, piorando ainda mais os déficits orçamentários.  O governo tem de cortar subsídios. 
Para estancar a perda de reservas internacionais, uma nova desvalorização da taxa de câmbio é feita.  O custo de vida dispara, a renda real dos cidadãos despenca, e sinais de instabilidade política e social surgem diariamente. 
[Nota do editor: neste ponto, saques a comércios e residências se tornam comuns, como na Argentina.  Na Venezuela, a distribuição de alimentos foi colocada sob supervisão militar.]
O fracasso do projeto populista se torna evidente.

Estágio IV
Um novo governo é eleito (ou o próprio governo é reeleito) e é obrigado a fazer ajustes "ortodoxos", possivelmente sob a supervisão do FMI ou de organizações internacionais que forneçam os fundos necessários para fazer as reformas econômicas (isso ocorre majoritariamente quando o país precisa de recompor suas reservas internacionais).
Como o estoque de capital do país foi consumido e destruído, sem ser reposto, os salários reais caem para níveis abaixo daqueles que vigoravam antes do início das políticas populistas.  O novo governo "ortodoxo" tem então de recolher os farrapos que restaram e tentar cobrir os custos das políticas fracassadas feitas pelo regime anterior.  Isso normalmente implica políticas de austeridade, altamente impopulares.
Os populistas se foram, mas os estragos de suas políticas continuam totalmente presentes.

O populismo econômico segue firme e forte
Embora Dornbusch e Edwards tenham escrito seu artigo em 1990, as similaridades com o que ocorre hoje em países como Venezuela, Argentina e Bolívia [Nota do editor: e, em menor escala, no Brasil] são notáveis. 
Nos últimos anos, para manter as ideias populistas firmes na mente dos eleitores, a Venezuela criou o  Ministério da Suprema Felicidade Social e a Argentina criou uma Secretária do Pensamento Nacional.
Esses quatro estágios são, na realidade, cíclicos.  O movimento populista utiliza o quarto estágio para criticar as políticas "ortodoxas" adotadas pelo novo governo (que pode apenas ser o mesmo governo reeleito, mas com novos ministros), e argumenta que, durante o reinado dos populistas, as coisas estavam melhores.
Dado que as políticas ortodoxas quase sempre se baseiam exclusivamente no aumento de impostos, as coisas dificilmente melhoram.  A renda real segue em queda e a economia segue em contração.  Consequentemente, a opinião pública, descontente com as medidas adotadas no estágio IV, concede ao movimento populista uma vitória nas próximas eleições.  Os populistas recebem uma economia em recessão e o ciclo recomeça do estágio I.
Não é de se surpreender que governos populistas normalmente surjam após tempos difíceis causados por crises econômicas.  Um governo populista mais ousado pode conseguir evitar o estágio IV descobrindo novas maneiras de permanecer no governo, como, por exemplo, proibindo eleições ou criando resultados eleitorais falsos. 
Nesse ponto, o governo populista consegue transformar o país em uma nação totalmente autoritária.




Argentina:
 Matéria de 2016
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/quanto-cresceu-a-divida-da-argentina-na-gestao-macri-e-por-que-isso-pode-ser-seu-calcanhar-de-aquiles.html




Resumo:
  1. Macri manteve o nível alto do gastos públicos do governo anterior
    "A preocupação é que vemos um grande crescimento do deficit fiscal e da dívida pública, mas não do investimento produtivo e isso, somado ao atraso do tipo de câmbio real, pode provocar sérias dúvidas no futuro sobre a capacidade efetiva do Estado de gerar dólares e pesos o suficiente para cumprir seus compromissos com os credores", disse à BBC.
  2. "A nossa sociedade pensa que é muito mais rica do que é e está inclinada demais a desacreditar qualquer governo que peça um ajuste", afirmou Juan José Cruces, diretor do Centro de Investigação de Finanças da Universidade Torcuato di Tella, em Buenos Aires.





Brasil 

Matéria 2016:http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/06/temer-promete-austeridade-mas-governo-aumenta-gastos.html


  1. Resumo:Aproveitando a onda de bondades do governo, os empresários do comércio também chegaram ao Planalto de pires na mão. Pediram ao presidente em exercício, Michel Temer, um refinanciamento de suas dívidas. Saíram de mão abanando, apenas convidados a voltar mais vezes. Não tiveram a mesma sorte de governadores, servidores e beneficiários do Bolsa Família.
  2. Generosidade que passa dos R$ 127 bilhões: R$ 67,8 bilhões do reajuste para os servidores da ativa e aposentados até 2018; R$ 50 bilhões da renegociação da dívida dos estados; R$ 4,8 bilhões com reajuste do Bolsa Família até 2017; R$ 2,9 bilhões de ajuda ao Rio de Janeiro, em estado de calamidade; R$ 1,7 bilhão de renúncia fiscal com a ampliação do Supersimples em um ano.




    Itália:http://www.wallstreetitalia.com/news/italia-deficit-aumenta-di-47-miliardi-per-salvataggio-delle-due-banche-venete/

    Resumo: Deve mais que as cuecas


    Conclusão:



    O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada. George Bernard Shaw 

    A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente. George Bernard Shaw

    As pessoas que sobem neste mundo são as pessoas que se levantam e procuram o que querem, e que, se não o encontrarem, fazem-no. George Bernard Shaw